Se a ideia é comprar para uso próprio, para curtir o campo no fim de semana, não vejo motivo para perder essa barbada!

Entre os milhões de imóveis anônimos espalhados pelo mundo, existem alguns que se destacam por alguma característica arquitetônica, por um fato marcante ou por causa de quem já morou nele. Será que comprar um bem famoso é um dos maiores riscos do leilão? Talvez seja mais difícil revendê-lo no futuro? Tenho pensado muito sobre isso nos últimos meses, tentando encontrar vantagens e desvantagens. E vou compartilhar minhas conclusões com vocês!

Tudo começou com a Operação Lava Jato. De repente, casas e apartamentos de políticos importantes foram confiscados. Entre eles, o famoso triplex do Guarujá - que era ou não era do ex-presidente Lula – e bens do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Quem arremata um imóvel destes pode estar fazendo um bom negócio, porque a curiosidade aumentará o valor de mercado. Ou pode estar desperdiçando dinheiro, pois possíveis compradores não vão querer atrair os holofotes para si, vão fugir desta encrenca!!! Como avaliar os riscos do leilão em situações assim?

Parece que não há tantos interessados nestes imóveis polêmicos!

O último caso envolveu o ex-ministro José Dirceu que, no exato momento em que você está lendo meu texto, pode estar preso ou não, tantas são as reviravoltas do sistema judiciário brasileiro.

Dois imóveis do Zé Dirceu foram sequestrados pela Operação Lava Jato. Um prédio comercial num dos bairros mais nobres de São Paulo, com 500 metros quadrados e preço inicial de R$ 3 milhões, e uma chácara num condomínio em Vinhedo, com 2.300 metros quadrados e lances a partir de R$ 900 mil. Ambos ficaram à disposição de interessados até o dia 28 de agosto, e nenhum recebeu qualquer oferta.

Eu acredito que, talvez, as pessoas tenham receio de arrematar algo de alguém que já teve tanto poder. E que pode voltar a ter no futuro, porque aqui é Brasil e nunca se sabe, né? Ou tenham receios de protestos de inimigos políticos do ex-ministro ou adversários do PT, que poderiam, sei lá, vandalizar os imóveis. Neste caso, eu também não daria lances, pois os riscos do leilão se tornar um mico seriam muito altos.

O casarão do DOPS vai ser leiloado!

Semana que vem, em 16 de setembro, o casarão do DOPS será leiloado. O imóvel, na esquina das ruas Itacolomi e Piauí, em Higienópolis, bairro nobre de São Paulo, foi uma delegacia do temido Departamento de Ordem Política e Social, o DOPS. Muita gente foi torturada neste lugar sinistro. Os interrogatórios foram descritos no livro “O Nome do Bispo”, de Zulmira Ribeiro Tavares. Aliás, um prédio que tem muita história, pois foi construído no começo do século passado para ser a casa da família de Rodrigues Alves, que havia deixado poucos anos antes o cargo de presidente do Brasil.

O lance inicial é de R$ 14.870.000,00, o que, óbvio, impediria minha participação mesmo se eu quisesse arrematá-lo. Outro problema é que o casarão é tombado pelo Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) desde 2012.

Mas se eu fosse milionária, e não houvesse as limitações de uso impostas pelo tombamento, faria esse investimento? A resposta é não. A hipótese entraria no meu radar em “gigantescos riscos do leilão”. Seria pouco provável que esse dinheiro rendesse um lucro tão bom a ponto de superar toda a dor de cabeça que eu teria.

Não existe uma resposta única!

Pois é! As minhas conclusões são só minhas e cada um pensa de um jeito diferente. Este é um tema que possui pontos fortes e fracos bem definidos, mas não me parece ser possível estabelecer o que prevalece.

Se a chácara com lance inicial de R$ 900 mil do José Dirceu for avaliada em R$ 1,5 milhão, em tese, me arrisco. Grande negócio! Mas por ter pertencido ao José Dirceu, é melhor segurar um pouco o lance e pesquisar a fundo a região. Existem muitas chácaras parecidas à venda, ou seja, terei grande concorrência para encontrar um comprador? E ele, tendo várias opções, não vai preferir uma que não tenha sido envolvida num escândalo?

São questões que devem ser avaliadas. Agora, se a ideia é comprar para uso próprio, para curtir o campo no fim de semana, não vejo motivo para perder essa barbada! Neste caso, os riscos do leilão são inexistentes!

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