Leilão da Caixa: banco é líder do mercado imobiliário
O leilão da caixa é popular porque disponibiliza uma enorme quantidade de imóveis. O que é natural, já que a CEF possui cerca de 70% do mercado nacional de financiamento de habitações, uma fatia bem generosa.
Se o nobre leitor nunca atendeu ao chamado de “vem pra Caixa você também, vem!”, certamente conhece alguém que foi correndo. A bem-sucedida campanha, lançada em 1976 e modernizada há alguns anos, fez milhões de pessoas abrirem cadernetas de poupança na Caixa Econômica Federal. Mas o banco também está presente na vida dos brasileiros por liderar o ranking de financiamento imobiliário. E outro segmento, o leilão da caixa, já atrai o interesse de milhares de investidores. As demais instituições bancárias correm atrás e têm brigado por espaço no mercado. Eu estou sempre em busca de oportunidades em cinco deles. Daqui a pouco falo quais são eles!
LEILÃO DA CAIXA
O leilão da caixa é popular porque disponibiliza uma enorme quantidade de imóveis. O que é natural, já que a CEF possui cerca de 70% do mercado nacional de financiamento de habitações, uma fatia bem generosa. O banco terminou 2017 com um saldo de R$ 421,7 bilhões em sua carteira imobiliária.
Só que a crise fez muita gente deixar de pagar as prestações. Os inadimplentes ou devolveram as chaves ou tiveram os imóveis retomados. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o país têm, atualmente, 12,7 milhões de pessoas sem ocupação. E de acordo com a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), o percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso chega a 25,2%.
Como a Caixa é quem mais empresta dinheiro para a compra de casas e apartamentos, acaba retomando muitos bens. E se você costuma ler meus artigos e conhece a legislação, já sabe que imóveis retomados não podem ser vendidos diretamente a novos clientes. A única forma de colocá-los à venda é por meio de um certame extrajudicial. Por isso, o sucesso do leilão da caixa.
Os principais bancos retomaram, no último ano, R$ 12,2 bilhões em bens, principalmente imóveis. Só na Caixa não 46 mil unidades (entre apartamentos e casas) avaliadas em R$ 8,4 bilhões. Outros 10.526 imóveis foram leiloados pela CEF em 2017, gerando uma arrecadação de R$ 1 bilhão.
No próximo mês de agosto, a Caixa vai leiloar 6.013 imóveis espalhados por todo país, principalmente em Minas Gerais (1.168), São Paulo (1.167), Maranhão (459) e Rio de Janeiro (308). É um recorde! O certame terá dois lotes, com um desconto médio de 30%, e arrecadação mínima prevista de R$ 1,17 bilhão. O preço médio dos bens é R$ 200 mil, mas existem unidades de até R$ 6 milhões.
OUTROS BANCOS
Mas o leilão da caixa não é a única forma de arrematar imóveis extrajudicialmente. Outras instituições bancárias estão aumentando suas participações no financiamento imobiliário, o que provoca, de novo, com a inadimplência alta, muitas devoluções e a necessidade de realizar leilões.
Por exemplo: segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), em janeiro, o Santander foi o líder do ranking de desembolso para compra de imóveis com dinheiro da poupança. Atrás dele, vieram o Itaú Unibanco, o Bradesco e o Banco do Brasil, além da Caixa. Todos realizam, com frequência, leilões presenciais e virtuais de imóveis. Ah... esses são os cinco bancos que eu vasculho em busca de boas oportunidades.
AQUECIMENTO DO SETOR
E se houve muita inadimplência provocando retomadas e, na sequência, leilões, 2017 também marcou um reaquecimento do setor imobiliário. A CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) e o Senai Nacional fizeram um levantamento que mostra um crescimento de 9,4%. Foram vendidas 94.221 unidades em 2018, contra 86.140 em 2016.
Torço muito para que esse pessoal consiga pagar as prestações em dia, sem sufoco, concretizando o sonho da casa própria. Mas é inegável que a situação econômica do Brasil não tem melhorado muito e os políticos - ou envolvidos em incontáveis casos de corrupção ou fazendo campanha para as eleições (ou as duas coisas) – não têm contribuído para acabar com a crise. Logo, infelizmente, é de se esperar que, em 2018 e 2019, o leilão da caixa e os dos outros bancos tenham milhares de imóveis sendo ofertados.
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Se eu puder ajudar, conte comigo!
Leila Navarro Jardim
Leila Navarro Jardim é arquiteta e designer de interiores, mas investe em leilões online com sucesso desde 2008. Gosta de ajudar seu público a entender regras, riscos e estratégias para fazer um bom arremate.