É possível comprar a parte ideal de um bem, também chamada de fração ideal. Nesta operação, se arremata apenas um pedaço do imóvel. Conheça os riscos dessa operação!

O leilão de imóveis tem uma peculiaridade que até alguns investidores antigos desconhecem: é possível comprar a parte ideal de um bem, também chamada de fração ideal. Nesta operação, se arremata apenas um pedaço do imóvel. Eu, particularmente, não gosto deste modelo de negócio. Considero arriscado, com um potencial imenso de gerar problemas e prejuízo. Porém, há quem goste. Neste artigo, vou explicar como é possível comprar a parte ideal e os motivos que me levam a nunca fazer isso. E se você quiser descobrir os significados de todos os termos típicos dos leilões, leia o glossário aqui do site.

COMPRAR A PARTE IDEAL

Nem sempre a totalidade do bem é vendida no certame. O edital do leilão explica se o que está sendo negociado é o imóvel inteiro ou apenas um pedaço. A parte ou fração ideal pode ser de qualquer tamanho: 5%, 20%, 99%. Tanto faz.

Quem arremata a parte ideal só é responsável pelas despesas referentes ao seu pedaço. Se, por exemplo, você é dono de 30% de um apartamento vazio, sem inquilino, e o condomínio custar R$ 1.000,00, o seu custo será de R$ 300,00. Da mesma forma, se o imóvel for alugado por R$ 3.000,00, você receberá, mensalmente, R$ 900,00. A proporcionalidade é mantida para todas as despesas e receitas, sem exceção.

Um imóvel pode ter várias partes ideais, ou vários donos. Se um deles quiser vender sua participação, os outros terão preferência. De acordo com a lei, se igualarem qualquer proposta (valor e prazo de pagamento), poderão efetuar a compra.

EU NÃO ENTRO NESSA

Eu sou contra comprar a parte ideal por vários motivos. O principal deles é que ficarei presa aos interesses de outros investidores. Eu quero dispor do meu patrimônio na hora que eu bem entender, e não ficar amarrada, sem liberdade para decidir se vou vender, se vou alugar, se vou morar ou se vou derrubar o imóvel a marteladas!!!

Por exemplo: se eu tiver e quiser vender meus 20%, como expliquei antes, meu sócio terá preferência. Com 80% do bem, você concorda que ele tem a faca e o queijo na mão para desvalorizar meu patrimônio, minha parte? E se eu recusar sua oferta, imagine a dificuldade que terei de encontrar alguém disposto a comprar só 20% de um bem...

Outro problema é que o meu sócio pode ser processado e acabar tendo os 80% dele levados a leilão. E alguém que não conheço, não confio e nunca vi arrematará essa parte ideal e será meu parceiro de negócios. Seria péssimo, né?

MINHA SUGESTÃO

Se me oferecerem, por R$ 100 mil, 20% de um imóvel que custa R$ 5 milhões, eu não aceito. Pode parecer um baita negócio, porém prefiro pegar meu capital e gastar em algo só meu. Recomendo que você faça isso também. Tem R$ 100 mil? Compre uma quitinete. Em pouco tempo, conseguirá revendê-la com um lucro de 40% ou 50%. Prefiro ser a única dona de uma casinha do que sócia de um casarão!

DÚVIDAS FREQUENTES

Pense bem antes de comprar a parte ideal de um imóvel. E estude o mundo dos leilões para começar a investir. Entenda como tudo funciona. No nosso FAQ de Leilões você encontra as respostas para as dúvidas mais frequentes sobre o assunto. Aproveite para conhecer nossa calculadora especial de simulação, uma ferramenta indispensável para saber se você terá lucro ou prejuízo ao arrematar um bem!

Cuide bem do seu dinheiro! Eu só enriqueci investindo em leilões porque analisei muito bem cada possibilidade de arremate!